02 Julho

No aniversário da cidade, Museu da Unimontes traz a exposição virtual “Uma Viagem na Máquina do Tempo”

Written by 

Por Ascom/Unimontes

Mostra destaca o acervo do advogado e historiador Danilo Avelar, com filmagens que acompanham a transformação da cena urbana por três décadas

Como era a Montes Claros de três décadas atrás e quais foram as principais mudanças até os dias de hoje? Os marcos antigos que desapareceram com o progresso e como surgiram as obras que modificaram a cena urbana com os modernos prédios e as avenidas de pistas largas. O resgate histórico da maior cidade do Norte de Minas (e as inevitáveis comparações) é o convite para a nova exposição virtual “Montes Claros: uma viagem na Máquina do Tempo” que o Museu Regional do Norte de Minas (MRNM/Unimontes) realiza a partir da manhã desta sexta-feira (2/7). O convidado é o advogado e historiador Danilo Alves Alencar, que traz ao público um acervo de imagens autorais produzidas desde 1989.

 

A mostra é alusiva ao aniversário de 164 anos da elevação de Montes Claros ao título de cidade, comemorados no sábado (3 de julho), e será disponibilizada pelo Facebook “Museu Regional do Norte de Minas” e pelo Instagram “Museu Regional NM”. A curadoria é da historiadora do MRNM, Karine Dias, e durante todo o mês, haverá uma programação virtual com a apresentação de pesquisas e posts temáticos sobre o município de Montes Claros.

O nome da exposição remete aos projetos do próprio Danilo nas redes sociais. Há quatro anos, ele criou a página “Máquina do Tempo” no Facebook. Mais recentemente, até mesmo para minimizar o isolamento social causado pela pandemia da COVID-19 e provocar a interação entre as pessoas, idealizou o grupo “Tripulantes da Máquina do Tempo” na mesma rede social, além manter também a conta no Instagram “Montes Claros Máquina do Tempo”. Juntos, registram mais de 45 mil seguidores e já há projetos similares para resgatar a história de outras cidades do Norte de Minas, como Coração de Jesus e Botumirim.

Mercado Central foi o antecessor do estacionamento do “Cimentão”; a imagem foi registrada semanas antes da demolição

 

“Minha esposa e eu sempre tivemos um fascínio pelas filmagens. Mesmo com a dificuldade da época, até pelo acesso e custos, tive a oportunidade de conseguir uma câmera filmadora em VHS e começar a registrar as diversas cenas do cotidiano e das paisagens de Montes Claros em 1989”, revela Danilo.

Registro da Praça Doutor Carlos na década de 1980, “coração” do centro de Montes Claros (Reprodução).

 

QUASE O DOBRO

A população atual é 87% maior em relação àquela época. Em 1989, conforme dados do IBGE, Montes Claros tinha cerca de 220 mil habitantes. Na estimativa realizada pelo mesmo Instituto, ano passado, a cidade chegou aos 413 mil moradores. A condição de polo macrorregional, com a oferta das principais estruturas de saúde, educação, comércio, serviço e indústrias, justificam por si só o crescimento populacional com as migrações e esta centralidade montes-clarense para mais de 100 municípios do Norte de Minas, Centro, Vales e até do Sul da Bahia.

Aos 58 anos e pai de três filhos, o advogado reconhece que a “profecia” das mudanças drásticas da cena urbana foi por acaso, mas já se percebia a tendência da rápida transformação de Montes Claros provocada pelo progresso. “A cidade começou a se projetar para os seus arredores. Era um hábito de família registrar todos estes lugares que, em breve, seriam modificados pelos projetos mais modernos de arquitetura e engenharia”, acrescenta.

CONSERVAÇÃO

O acervo do historiador conta, atualmente, com 200 fitas VHS (todas já digitalizadas) e que resistiram às intempéries pelo zelo no acondicionamento em capas próprias com vedação contra a luminosidade e umidade. Com mais investimentos em equipamentos, digitalizou todo conteúdo. Mas as publicações em suas páginas vão além: além dos vídeos antigos, Danilo Avelar compartilha as fotos resgatadas e enviadas pelos próprios seguidores, a maioria da autoria do icônico fotógrafo Facella.

“Fica a lembrança mais uma vez que tudo começou como um hobby e a vontade pessoal de promover a história e a cultura local, já que as gerações mais novas ainda não conhecem muito do nosso passado. Mas tive a surpresa positiva com a rápida aceitação da página e como houve um grande engajamento, a doação de fotos históricas enviadas pelos colaboradores foi algo natural”, enfatiza o historiador.

Uma filmagem em especial é a preferida do pesquisador: do antigo estacionamento do “Cimentão”, onde hoje funciona o Shopping Popular. A captação das imagens foi feita em 360º graus e traz pontos comerciais que não existem mais, além do pouco número de prédios à época. “Foi o primeiro vídeo que postei e, em poucas horas já havia 20 mil visualizações”. Antes do estacionamento, funcionava ali o Mercado Municipal, um dos locais mais movimentados da cidade até meados do Século XX.

As páginas de Danilo se tornaram, ainda, objetos de pesquisa de arquitetos e historiadores no resgate de referências geográficas, estilos de fachadas e construções que não existem mais ou mesmo a espacialidade.

 

Danilo Avelar detém um acervo de mais de 200 fitas VHS, com 32 anos de gravações do cotidiano da cidade de Montes Claros

Read 945 times Last modified on Sexta, 02 Julho 2021 12:58
Rate this item
(0 votes)